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A disseminação do coronavírus tem gerado preocupação mundial, e no Brasil, casos continuam sendo monitorados pelas autoridades de saúde. A possibilidade de contágio entre humanos e animais domésticos tem levantado dúvidas entre tutores, principalmente após relatos de um caso suspeito de infecção em um cão, em Hong Kong. Mas será que cães e gatos podem realmente ser afetados por esse vírus?
A origem do coronavírus e sua relação com os animais
No início do surto na China, especulou-se que animais silvestres vendidos em feiras poderiam ter transmitido o vírus para humanos. No entanto, exames descartaram essa hipótese, pois, embora o vírus tenha sido encontrado no ambiente da feira, nenhum dos animais testados apresentou carga viral compatível com o COVID-19.
Morcegos e o coronavírus: há risco de transmissão?
Muito tem sido discutido sobre a relação entre morcegos e o coronavírus. De acordo com especialistas, embora algumas espécies de morcegos da China apresentem um tipo de coronavírus semelhante ao que afeta humanos, ele não é idêntico ao COVID-19. Além disso, os morcegos encontrados no Brasil são biologicamente diferentes dos asiáticos, tornando improvável qualquer ligação com o atual surto.
E o caso do cachorro que testou positivo em Hong Kong?
Especialistas explicam que qualquer animal exposto a um ambiente altamente contaminado pode apresentar vestígios do vírus em seu organismo. Isso, no entanto, não significa que ele desenvolverá a doença ou que será capaz de transmiti-la para humanos. Até o momento, a única forma confirmada de contágio do COVID-19 ocorre entre pessoas.
Como medida de precaução, caso o pet tenha contato com ambientes contaminados, recomenda-se higienizar suas patas e pelo com produtos específicos para animais.
Tutores com sintomas devem se afastar dos pets?
Se uma pessoa apresentar sintomas do coronavírus, o ideal é evitar contato próximo com outras pessoas e animais. Essa recomendação não se deve ao risco de transmissão para os pets, mas sim para prevenir a exposição ao vírus, que ainda está sendo amplamente estudado.
Não há necessidade de colocar máscaras em cães e gatos, desde que eles não tenham contato direto com indivíduos infectados. A desinformação tem levado ao abandono de muitos animais ao redor do mundo, mas é importante reforçar: os pets não transmitem o coronavírus para os humanos.
Medidas de prevenção
A Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) recomenda que tutores lavem as mãos antes de interagir com seus pets e, caso estejam doentes, utilizem máscaras ao se aproximar deles. O uso de máscara nos animais não é necessário.
Caso o tutor esteja infectado, o ideal é reduzir o contato com o pet da mesma forma que faria com outras pessoas, apenas como medida de precaução.
Cães e gatos possuem coronavírus?
Sim, mas trata-se de tipos diferentes do vírus. O coronavírus canino, por exemplo, pode causar diarreia e é prevenido por meio da vacinação. O tratamento é sintomático e, após a recuperação, o animal fica saudável novamente.
Nos gatos, existem dois tipos de coronavírus. Um deles também provoca sintomas gastrointestinais leves, semelhante ao canino. O outro, mais grave, pode levar à Peritonite Infecciosa Felina (PIF), uma doença sem cura e sem vacina disponível.
Vale ressaltar que esses tipos de coronavírus não são transmissíveis para humanos e não possuem qualquer relação com o COVID-19.
E os animais silvestres?
Ainda há estudos em andamento para identificar possíveis hospedeiros do vírus, mas nenhuma conclusão definitiva foi alcançada. Nenhum animal deve ser sacrificado ou abandonado por medo infundado.
O que se sabe até o momento é que o contágio acontece entre humanos, e o vírus é altamente resistente no ambiente. Por isso, medidas de higiene, como lavar as mãos frequentemente, evitar tocar o rosto e desinfetar superfícies, são essenciais para evitar a propagação da doença.
Não caia em fake news. Sempre verifique a fonte das informações e lembre-se: seu pet não é um risco para sua saúde!